quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Mercahdising do filme terá livros e CD
Clique aqui e veja os detalhes do roteiro
Roteiro está concluído e revisado
Filme será licenciado em Creative Commons
Sonoro Silêncio by Samuel Hermínio e josé Edson Chuck is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Cenas 48 a 52
Jorge, Sei Não e Astrobaldo acabaram de entrar. Sei Não e Astrobaldo estão levemente adiantados em relação a Jorge. Jorge tranca a porta e disfarçadamente retira a chave.
Astrobaldo e Sei Não observam o ambiente.
Sei Não e Astrobaldo saem de perto de Jorge, ficam olhando os objetos da sala.
ASTROBALDO
Quem é o dono desta casa?
JORGE
Alguém muito especial, principalmente para você...
ASTROBALDO
Como assim?
JORGE
Está vendo aquela porta ali? (aponta para a porta do quarto, fechada. Movimenta-se na direção do sofá). Atrás dela está a mulher da sua vida... Te esperando!
Astrobaldo está um misto de desconcertado e emocionado.
ASTROBALDO
A... A... A Jane... Está lá???
Jorge vai devagar até o sofá e se joga, sentando-se muito à vontade.
JORGE
Sim, ela mesma. E então, vai ficar aí me olhando??? acha que ela vai te esperar o dia todo???
Sei Não está atrás do sofá, apoiando o corpo com os cotovelos (como quem observa a rua na janela).
Astrobaldo está inseguro, olha para a porta e vacila por um segundo, depois se movimenta.
Astrobaldo vai na direção da porta.
Astrobaldo pega na maçaneta. A chave está colocada do lado de fora, mas o trinco está destrancado. Abre a porta, deixando uma brecha suficiente para olhar o que tem lá dentro.
Quarto
O quarto está escuro, iluminado apenas pela luz que vem de fora. Astrobaldo coloca a cabeça pela brecha e depois passa o corpo, encostando a porta atrás de si e se apoiando nela. Uma luz se acende, a partir de um abajur localizado do outro lado do aposento.
Edjanete está deitada na cama, pernas cruzadas e fumando. Há um cinzeiro próximo a ela. Veste uma minisaia e uma blusa com decote, buscando ser o máximo provocativa. Está séria, não encara Astrobaldo de frente.
EDJANETE
(friamente)
Então você é o meu admirador?
Astrobaldo vem se aproximando lentamente, até se sentar na pontinha da beirada da cama.
ASTROBALDO
Eu... Eu... Eu acho que amo você!
Edjanete olha Astrobaldo pela primeira vez, dá um sorriso malicioso e sarcástico. Levanta-se, leva consigo o cinzeiro para a beirada da cama. Passeia pelo quarto, anda devagar e sensual, rebolando. Para de frente com a parede. Astrobaldo a acompanha com os olhos.
EDJANETE
Me ama... (risos sarcásticos) ... você acha que me ama?
Vai na direção de Astrobaldo.
Pega-o pelo queixo e encosta o rosto no dele, olho no olho. Ela está séria. Dá uma baforada lenta e volumosa da fumaça do cigarro, bem no rosto de astrobaldo.
EDJANETE
Você ainda é um franguinho!
Afasta-se de Astrobaldo, vira as costas para ele. Dá gargalhadas expontaneamente. Fica pensativa. Vira-e para
EDJANETE
Acho que você se enganou sobre mim...
Vira-se para Astrobaldo e o encara.
EDJANETE
Será que você gosta mesmo de mim...ou daquilo que eu pareço ser?
Edjanete volta a andar, lentamente. Vai até o cinzeiro e deposita as cinzas do cigarro.
EDJANETE
(olhando para a parede, pensativa)
Preciso te falar uma coisa...
Vira-se para Astrobaldo, chega a meia distância de onde está.
Levanta a saia pelos lados, de modo que a parte da frente cubra as áreas de interesse. Astrobaldo
Astrobaldo está excitado, nervoso.
Edjanete tira a calcinha, e deixa-a cair até as pernas.
Astrobaldo está enlouquecendo.
Edjanete anda até Astrobaldo. Para na frente dele, de pé. Ele não consegue tirar os olhos das partes íntimas dela, ainda que encobertas pela saia.
EDJANETE
Não tenho culpa do que sente por mim. Mas se quiser ser meu amante, vai ter que gostar disso aqui!
Edjanete levanta a parte da frente da saia.
Astrobaldo fica estarrecido, faz uma careta. Entra em pânico e corre.
Sala
Astrobaldo sai do quarto desesperado, correndo muito, deixa a porta aberta.
Astrobaldo corre até a porta de saída e tenta abri-la. Está trancada. Jorge e Sei Não estão no sofá, apenas observando.
ASTROBALDO
A chave!!! cadê a chave!!!
Jorge movimenta-se levemente, apelas para tirar a chave do bolso.
Balaça na frente de Astrobaldo.
ASTROBALDO
(correndo para pegar a chave de Jorge)
Abre isso logo, vamos embora daqui!!!
Jorge evita que Astrobaldo pegue a chave.
ASTROBALDO
Me dá logo essa chave, não é brincadeira não!!!
JORGE
Que foi, cara?? Tá com medo da mulher???
ASTROBALDO
(querendo explicar a Jorge, com palavras e gestos)
Ela não é mulher!!! ela não é mulher!!!
Jorge fica rindo de Astrobaldo. Este tenta pegar a chave e não consegue.
ASTROBALDO
Vamos embora daqui!!!vamos embora daqui, por favor...
Astrobaldo começa a chorar.
JORGE
O que foi, rapaz??? ela não morde ninguém, a menos que você queira... (pausa)
ASTROBALDO
Você fala assim porque não é você...
JORGE
Que foi, velho, está decepcionado com sua amada??
ASTROBALDO
(fazendo um gesto com as mãos)
Ela tem um negócio deste tamanho...
JORGE
Não se preocupe com isso, não é essa a ferramenta que ela gosta de usar.
ASTROBALDO
Vamos embora pra casa...
JORGE
Pra que?? pra você ficar chorando o dia todo??? ahhhhh, não, meu querido, essa daí você vai ter que encarar...
Jorge se levanta. Astrobaldo tenta correr, mas Jorge é rápido e o segura. Astrobaldo tenta se livrar, em vão.
Jorge arrasta Astrobaldo para o quarto, abre a porta e joga ele lá dentro, depois tranca a fechadura por fora.
Um grito de Astrobaldo faz-se ouvir lá de dentro.
Aporta de entrada abre, Astrobaldo entra. Sei Não está deitado no sofá, Jorge está sentado no chão fumando cigarro de palha.
ASTROBALDO
(tranquilo)
Oi, pessoal.
SEI NÃO
(sentando-se, para dar lugar a Astrobaldo)
Chegou o namorador!
JORGE
Pois é, agora não sai mais da casa da mulher...(risos)
ASTROBALDO
(senta-se ao lado de Sei Não)
Cadê Cida???
JORGE
Acho que ela foi no banheiro.
ASTROBALDO
O dia da apresentação está chegando...
Cida chega, senta-se ao lado de Jorge. Este a abraça.
JORGE
Esquenta não cara, agente está afiado.
ASTROBALDO
É a nossa primeira apresentação, temos que garantir alguma qualidade.
JORGE
Todo mundo aqui se garante, cara.
ASTROBALDO
Vamos pelo menos passar as músicas...
SEI NÃO
A Edjanete vai ver show??
ASTROBALDO
Não, ela tem que trabalhar.
SEI NÃO
Que pena!
ASTROBALDO
Então vamos a atividade, né cambada!
Os quatro se levantam, se posicionam e começam a tocar.
Cena 50
Cida entra correndo, sorrindo, vez em quando olhando para trás. Jorge a persegue, também rindo, e consegue alcança-la. Pega no braço dela, ambos caem e rolam pelo chão.
Jorge para em cima de Cida, ambos trocam olhares.
Astrobaldo e Sei Não chegam e se jogam em cima de Jorge e Cida, fazendo "bolinho". O grupo se levanta, dá as mãos e começa a rodar em ciranda. Fazem um abraço coletivo e vomeçam a pular.
Os quatro estão abraçados e pulando, no meio do público. O ambiente está lotado. Uma banda toca rock pesado. Um funcionário da produção chega até Astrobaldo e cochica no ouvido. Astrobaldo reúne os outros e saem na direção do camarim.
Camarim
Astrobaldo, Jorge, Sei Não e Cida entram no camarim. Apolinário Ferreira está muito irritado.
APOLINÁRIO FERREIRA
Onde vocês estavam? A banda já está quase no final do show!! está quase na hora de vocês entrarem!!!
JORGE
Estamos aqui, e estamos prontos.
APOLINÁRIO FERREIRA
Onde estão os instrumentos???
SEI NÃO
No palco. Já deixamos lá desde cedo.
Ouve-se a banda terminar o show e fazer os agradecimentos. O locutor anuncia a Grito Distorcido.
APOLINÁRIO FERREIRA
Vamos, vamos, já é a hora de vocês entrarem!
Jorge, Astrobaldo, Cida e Sei Não entram no palco.
Palco
O público ainda está agitado. Astrobaldo está visivelmente nervoso. Cida está assustada, sem reagir, olhando todo aquele mudaréu de gente. Jorge conserva um sorriso sarcástico. Astrobaldo vai para o lado direito do palco, Jorge conduz Cida até o centro, junto ao microfone, e se posiciona do lado esquerdo. Há microfones também para Astrobaldo e Jorge. No centro, atrás de todos, está a bateria. Sei Não senta nela e estranha. Chama um dos funcionários da produção.
SEI NÃO
Cara, eu não toco nisso aqui não, velho, prefiro a minha.
Funcionário da produção
O seu pessoal não montou nada não. Vai ter que ser essa aí ou então conversa com o Apolinário.
Sei Não o ignora, levanta-se e pega o banquinho onde estava sentado, levando-o para a parte da frente, bem atrás de Cida.
Espectador (V.O.)
Ei, aquilo é uma camisa de força???
JORGE
(eloqüente, no microfone)
Aê pessoal, nós somos a banda Grito Distorcidoooo. Hoje, vocês (aponta para o público) vão ter uma experiência surreal!!!! (solta um grito, simulando um animal).
Sei Não levanta as baquetas, dá três toques ritmados e Astrobaldo finge estar tocando guitarra. Jorge finge tocar baixo, mas canta as notas com a boca. Sei Não finge tocarbateria. Cida está paralisada, com vergonha do público e sem entender nada. O público se cala por um breve momento. Astrobaldo faz coreografias, Jorge acompanha.
Montagem paralela
João Meniele procura Apolinário Ferreira, nervoso. Dá para ouvir a vozde Jorge, simulando as notas do baixo com a boca.
JOÃO MENIELE
O que é isso, Apolinário???
APOLINÁRIO FERREIRA
(Se defendendo, sem entender)
É uma das bandas que você me indicou para contratar...
JOÃO MENIELE
Indiquei o quê, Apolinário??? Você tá querendo me fuder???
APOLINÁRIO FERREIRA
Te fuder que nada, João (mostra a lista) olha aqui...
Os dois discutem acaloradamente.
PalCO
O público começa a vaiar.
Alguém no Público (v.o.)
Eu não gastei dinheiro para ver esta porcaria!!!
ALGUÉM NO PÚBLICO (V.O.)
Tão tirando onda com a cara da gente!
ALGUÉM NO PÚBLICO (V.O.)
Quebra esses filhos da puta!!!!
Uma confusão generalizada explode no salão, os seguranças não conseguem conter. Algumas pessoas sobem no palco e puxam Jorge mais Astrobaldo para baixo. Sei Não tenta correr, mas também é segurado.
Cena 52
Jorge vira a esquina, correndo, pegado no braço de Cida. Para, rapidamente olha para os lados e se dirige para a porta de uma das casas. Encosta Cida, olha-a nos olhos e beija-a na boca. Astrobaldo vira a esquina correndo e passa direto, seguido por Sei Não. Uma multidão os persegue, mas ninguém dá atenção a Jorge e Cida, que continuam se beijando. A multidão acompanha Astrobaldo e Sei Não, segurando-os pela camisa. A imagem paralisa. Ouve-se um grito de Sei Não e Astrobaldo.
FIM
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