quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Cenas 11 a 15

CENA 11

Astrobaldo está sentado no chão com as pernas recolhidas e os braços envolvendo os joelhos, cabeça entre as pernas, chorando.

CENA 12

Astrobaldo encosta a bicicleta no meio fio e dirige-se a um orelhão, pega um cartão, insere no aparelho e retira o fone do gancho. Som do tom de discar em evidência sobre o áudio ambiente.

Astrobaldo disca para Edjanete.

fx: Som da multifreqüência da discagem em evidência sobre o áudio ambiente.

Astrobaldo espera Edjanete atender.

CENA 13

O telefone toca na casa de Edjanete. Ouve-se bocejos de Edjanete e uma voz masculina. Ambos estão incomodados por terem sido acordados naquele momento. No chão estão as roupas jogadas de qualquer maneira, cigarros em um cinzeiro, duas taças de vinho sendo que uma delas está virada, um litro de vinho pela metade e embalagens de preservativo. Edjanete se aproxima do aparelho e atende a chamada.

EDJANETE

(Voz preguiçosa, de quem acabou de acordar naquele exato momento)

Alô! quem tá falando?

ASTROBALDO

Jane...é o Astrobaldo...

EDJANETE

(Voz ligeiramente irritada, em tom de censura)

E isto é hora, Astrobaldo?

ASTROBALDO

Já são quase dez horas...

EDJANETE

(Interrompendo)

Eu sei, aqui em casa tem relógio! Você não sabe que eu sempre acordo tarde?

ASTROBALDO

É que eu estava meio mau, você sabe, né... precisava ouvir sua voz!

Homem com edjanete

(Só a voz)

Quem é, amor?

EDJANETE

(Com a mão tapando o fone, falando para o companheiro)

É o Astrobaldo, aquele que eu te falei outro dia.

HOMEM COM EDJANETE

(Só a voz. Edjanete volta a falar com Astrobaldo)

Ah, sei...

ASTROBALDO

Tem alguém aí com você?

EDJANETE

Meu primo, que chegou de viagem ontem à noite.

HOMEM COM EDJANETE

(Só a voz, tom de voz de quem está tentando ser carinhoso)

Deixe este cara pra lá e vem aqui conversar comigo, vem!

ASTROBALDO

O que estava aí na semana passada já foi embora?

EDJANETE

Olha, eu vou ter que desligar...

ASTROBALDO

Ele já conhece a cidade? Eu tenho um amigo que poderia nos levar aos pontos turísticos, sei lá, agente podia se divertir um bocado!

HOMEM COM EDJANETE

(Só a voz, em tom de impaciência)

Dispensa logo esse cara!

EDJANETE

É, pode ser... Outra hora agente conversa, ok?

ASTROBALDO

Vamos marcar...

EDJANETE

Outra hora...

HOMEM COM EDJANETE

(Toma o telefone da mão dela)

Ei cara, agente está ocupado agora, vê se liga mais tarde, ok!

O telefone é desligado. Astrobaldo ouve o tom de encerramento da chamada e então recoloca o telefone no gancho.

CENA 14

Astrobaldo trafega pelo centro da cidade de bicicleta, com o bagageiro da bicicleta vazio. Para em frente a uma loja de instrumentos musicais e fica olhando a vitrine.

Mostra os intrumentos musicais dentro da vitrine. ao chegar em uma das guitarras mostra este instrumento em detalhes.

Astrobaldo está em pé de frente com a vitrine, com o rosto encostado no vidro e as mãos espalmadas ao lado da cabeça, observando uma das guitarras. A bibicleta em pé logo atrás dele, apoiada no meio fio.

câmera dentro da loja, mostrando a imagem de dentro para fora, com os instrumentos em primeiro plano e astrobaldo ao fundo através da vitrine contemplando o instrumento.

Astrobaldo desgruda o rosto da vitrine e volta para a bicicleta, monta e vai embora.

CENA 15

Astrobaldo está sentado numa escrivaninha, com a luz acesa, contando dinheiro. O dinheiro está guardado em uma caixa de sapatos, também em cima da escrivaninha. Há um caderno aberto com anotações de valores em uma tabela, e uma calculadora. Ele verifica as informações do caderno e faz alguns cálculos. Fica feliz com o resultado, comemora e fala com o pôster do Lord da Guitarra.

ASTROBALDO

(animado, comemorando e eufórico)

Consegui! Consegui, cara, consegui! Se o senhor Ediclécio me pagar amanhã, amanhã mesmo eu vou comprar aquela bendita guitarra!

Levanta-se e vai até o pôster, conversar cara a cara com seu ídolo.

ASTROBALDO

(apontando e gesticulando para a imagem, em tom de discurso)

Prepare-se para ouvir falar no maior guitarrista da história do rock, depois de você, é claro! O dia de amanhã entrará para a história como o início de uma caminhada vitoriosa rumo à glória, a fama e ao sucesso!

Enquanto pronuncia a última frase Astrobaldo dá um soco na parede.


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